A crise aos olhos de um norueguês

Assisti hoje na Firjan a uma palestra do Pal Eritheim, presidente da Statoil do Brasil.

Pra quem não sabe, a Statoil é uma empresa de petróleo norueguesa, de natureza mista (assim como a Petrobras, ela é de propriedade do governo do seu país) e hoje é a segunda maior produtora de oleo no Brasil.

Não vou entrar aqui nos detalhes da industria do Petróleo, mas é interessante ver como um estrangeiro observa o momento que estamos vivendo. O legal é que eles percebem coisas que nos passam ao largo.

Em primeiro lugar, ao comentar sobre as diferenças entre o Brasil e a Noruega, ele cita o nosso tamanho e diversidade, que tornam a coisa muito mais complexa que na Noruega. Como ele mesmo disse, na cidade do Rio de Janeiro existem mais pessoas que em toda Noruega. Ele vê a quantidade de partidos como uma coisa natural.

Acho que isso deveria ser ouvido porquem acha que basta ao Brasil seguir os modelos das social-democracias nórdicas. Segundo a impressão deles mesmos, nós temos uma situação totalmente diferente.

Outro comentário interessante é que todo esse movimento anti-corrupção, a lava-jato e suas consequencias (boas e más), são todos movimento internos ao Brasil. Não há nenhum tipo de influência externa nisso (teorias da conspiração a parte).

Segundo o executivo, ele nunca viu um país se passar a limpo como o Brasil vem fazendo e que, embora seja muito complicado viver esse processo, ele acredita que o Brasil sairá um paí melhor disso tudo.

É lógico que uma palestra dessas é, no fundo, um evento de marketing e que dificilmente ele traria um cenário sombrio para um público aberto. Por outro lado, a empresa possui uma participação relevante no mercado brasileiro e se compromete a continuar atuando por aqui pelo menos pelos próprios 50 anos.

Gostei de ver nossos problemas pela perspectiva de alguém de fora. Me deu um novo olhar sobre o assunto e por isso quis compartilhar com vocês.

Uma consideração sobre “A crise aos olhos de um norueguês”

  1. É incrível mesmo ouvir a percepção dos estrangeiros em relação ao Brasil. Essa questão da imensidão do país é quase absurda para eles. Claro que não é possível comparar o Brasil com nenhum outro modelo, não funciona aqui. Poderia funcionar o sistema dos EUA, mas aqui ninguém quer abrir mão da boquinha federal… Legal saber que uma empresa tem planos a longo prazo de investimento aqui.

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