Hole One

Prefácio: esse não é o review do filme. É um texto sobre um problema de continuidade ABSURDO entre Rogue One e a trilogia clássica, mesmo para o padrão star wars de qualidade (sempre foi muito baixo) nesse tópico específico.

Eu não entrego nenhum spoiler relevante no texto, mas acho melhor que você o leia DEPOIS de ver o filme.

E sim,  o filme é muito bom! Não deixe de assistir. A gente só fala mal do que nos importa!

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Hitchcock dizia que um filme para ser bom não precisava ser absolutamente preciso nos problemas do roteiro. Ele apenas tinha que resolver os problemas de forma suficiente para convencer o espectador durante o filme. O que ele perceber depois, quando acordasse a noite e fosse a geladeira pegar um copo de leite, não era tão importante.

Pois bem, Rogue One é um ótimo filme de guerra enquanto se desenvolve na tela. O problema é quando acaba e você começa a ligar o que viu com o que você sabe que vai acontecer depois. Antes de chegar em casa você já se tocou de tanto furo que não tem como diminuir um pouco a euforia que te toma após o toque da fanfarra tradicional ao final do filme.

Eu não vou nem entrar nas questões da política de segurança de informação do império (vamos  aceitar como licença poética que um data center importante como aquele seria colocado numa torre  e não uma estrutura tipo bunker, de preferência bem discreta). 

Tambem não vou discutir questões logísticas óbvias como “como a comunicação dependia de uma série de links físicos que tiveram que ser ativados a um custo humano gigantesco, quando algumas das estruturas envolvidas foram destruídas ANTES da transmissão ocorrer”?

Vou me ater a um simples ponto: se a estrela da morte foi construída com uma vulnerabilidade DE FORMA PROPOSITAL, e o Império SABIA DISSO, como é que, após ver a sua jóia da coroa ser destruída por um simples caça, eles me constroem uma segunda estrela da morte COM O MESMO DEFEITO?

Não, não vale dizer que era porque eles não sabiam consertar o defeito (afinal, eles mataram quem o criou). Vou explicar porque.

A princípio, eles não tinham mais o engenheiro (que era indispensável) e nenhum de seus ajudantes, além de terem perdido TODOS OS PLANOS não só da estrela da morte, mas de todos os seus projetos (vamos deixar isso passar tambem). 

Em tese, eles teriam dificuldade de construir qualquer coisa.  Tinham que virar uma espécie de União Soviética dos anos 80 (o que até seria uma forma legal de explicar a impressão que temos hoje de como o império era decadente).

Apesar disso, eles foram capazes de fazer uma engenharia reversa de uma coisa que não exisitia mais. Para facilitar, vamos admitir que existia algum backup em algum lugar. Mas, pelo amor de Deus, ao ver como a primeira estrela da morte é destruida, o Darth Vader não se preocupou em não repetir o erro?

Ok, eu sei, eles tinham uma estrutura de comando e controle que não acreditava muito em “aprender com os erros” mas, pera aí… 

É um nível de incompetência alto demais até mesmo para os burocratas do Império.

2 comentários em “Hole One”

  1. A DS 1 era diferente da SS2, principalmente no quesito destruição…rs..mas isso é conversa para mesa de bar. E poderia rolar um Rogue 3, de bothanianos, que roubaram os planos da DS2

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